terça-feira, 19 de janeiro de 2010

sobre a exposição social

Bom dia, boa tarde, boa noite leitores! hehe
O tempo corre tão depressa que quando venho postar já se passou um ano!
Peço plenas desculpas pela demora, mas é que ultimamente ando muito ocupada e sabe, finalmente cheguei a este status que sempre desejei, o de uma pessoa bastante atarefada! Pois é, acredite.

Então, dia desses estava no ônibus indo ao curso numa terça-feira, como de rotina, e uma senhora muito agradável (e bem faladeira, hehe) sentou ao meu lado. Passados 5 minutos ela puxou um assunto que me chamou a atenção... Antes de tudo perguntou a minha idade, e eu respondi na boa, mas com uma pulga atrás da orelha, e ela de alguma forma percebeu o meu jeito para a resposta, em seguida disse que era uma psicóloga aposentada à 15 anos. Daí, começou a puxar mais e mais assuntos. E como todo senhor que se preze, ela narrou sua vida e sua passagem da adolescência pra fase mais madura, mais adulta, num jeito muito sutil, parecia estar lendo um livro - talvez, até de auto ajuda pro meu momento naquele dia. Eu sempre fui do meu jeitinho quieto quando tinha dezoito anos. A partir dos meus 16 a vida começou a tomar um certo sentido contrário, na verdade. O que era pra se tornar mais evoluído foi ficando mais confusa, né minha filha. A questão toda é que a gente sabe que na adolescência os hormônios se afloram e mostram sua fragilidade pra praticamente os assuntos todos! 'Cê sabe, né minha filha... uma crise existencial! [...] Daí, lá cheguei eu aos 18, quando tinha meus 16 pensava que ter 18 seria meu grito de independência, saíria de casa e trabalharia pra me sustentar, ter minha casa e afins, mas que nada filha! Tudo ilusão, cheguei aos 18 saturada de escola, sem emprego e sem ideia do que fazer.. Casamento nem me passava pela cabeça, meus pais quase que me obrigaram a casar, mas eu sempre fui meio reservada, e me sentia exposta ao contar sobre minha vida a alguém mesmo muito íntimo, imagine eu tendo um marido e uma família pra cuidar nessa minha época! Seria extremo encarar tudo ao mesmo tempo. [...] E seguimos o trajeto conversando, eu só ouvindo e opinando alguns detalhes e ela contando sobre sua vida. O mais incrível foi ela ter descido no mesmo ponto que eu! Daí continuamos a conversa, falamos sobre amor, família, sucesso, vida...
Mas, o ponto alto da conversa e o que mais me chamou a atenção foi sobre a alta exposição do nosso íntimo a pessoas que não sejam muito ligadas tão pessoalmente a nós, ou talvez até bastante pessoais. As vezes muita intimidade pode atrapalhar o seu eu, sua própria pessoa, pelo menos comigo frequentemente isso vem acontecendo. Me abro com pessoas muito íntimas, mas no fundo me sinto exposta, mesmo sendo muito íntimas.
Fico reparando como conseguimos driblar alguns medos, ser mais fortes que eles.. E daí parece que não há mais nada a que temer sobre seu próprio eu e lá vem mais um medo, mais um receio, mais uma dúvida que está ali, esperando que a outra seja liberada e ela chegar à tona. Acho incrível como nos descobrimos com o tempo, a VIDA me encanta e me impressiona! É como se fôssemos (e somos) grandes alunos que sempre estão vivenciando estágios e etapas! Traçando caminhos diferentes, mas descobrindo o sua própria identidade, o seu dever contínuo, o seu destino traçado por suas atitudes e vontades, descobrindo um pouquinho sobre si mesmo a cada dia.
Mas, a exposição pessoal comigo não rola, me sinto desequilibrada ao falar sobre mim, me sinto fraca após conversar e fico pensando inúmeras vezes se devia ter comentado algo que me vulnerabiliza tanto, e simplesmente não consigo aceitar ao fato do: é, tem de ser assim.. somos amigas, amigas se abrem e conversam sobre tudo!
é, devo aceitar que sou reservada demais e bem na minha, mas essa condição talvez possa ser coisa de lua, coisa de fase. (talvez!)

Sou uma coruja observadora!